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sábado, 27 de abril de 2024

Poema: Arrastado

 Fui arrastado

Pela vastidão deste amor

Fraco e desarmado

Cego à trama que se urdia

Como um inseto ingênuo na teia da aranha

Me atirei de cabeça neste amor

Só percebi quando o gosto do sangue

Misturou-se à saliva em minha boca

Então vi a trama apertando meu pescoço

Percebi que a imensidão deste amor

Que me sufocava

Era apenas uma poça d'água

E o que me arrastava

Era o sopro de uma pequena brisa

Minha timidez não previu

Que na ilusão de tua mediocridade

Eu me afogava.


Samuel S. Lima 

24 de Abril de 2024







terça-feira, 23 de abril de 2024

Poema: Como uma vela.

 


Como uma vela
Cada dia me diminuo
Como uma vela que lentamente se esvai
Solavancada pelos ventos da vida
Como uma pequena chama enfrentando a escuridão.

E a centelha que em mim habitava
De algum modo tentava resplandecer
Está a morrer, lentamente a apagar-se
Tentando manter aquecido esse amor fugaz

Nesse vento impetuoso que sacode a minha vida
Esmaece-se esse fogo, pouco a pouco a desvanecer
E o pavio que queima com ardor
Já anuncia seu findar, sua derradeira hora

Estou morrendo
Como a chama de uma vela que se extingue
Que está a se apagar, a desvanecer-se no ar.

Samuel S.  Lima
29 de Março de 2024

domingo, 14 de abril de 2024

Poema: Sonhei um sonho

 

Fonte: Image da internet 

Persisti em viver esse sonho, 
Mesmo vendo-o esvair-se diante de mim, 
Como fumaça que se dissipa, 
Carregada pelo vento.

Por muito tempo, me agarrei a esse sonho,
Cego para o pesadelo que se tecia, 
Inadvertido, me vi envolto 
Numa ilusão que se transformava em dor.

Recentemente, sonhei um sonho, 
Mas minha ilusão era frágil demais, 
E, sem perceber, mergulhei sem rede, 
Acreditando em algo que nunca existiu.

À custa de sonhar demasiadamente, 
Humilhei-me diante da realidade cruel, 
Caí em queda livre, 
Despedaçando-me ao tocar o chão.

E assim, quebrado e desiludido, 
Percebi que meu sonho jamais se realizaria. 

Samuel 14 de Abril de 2024


quinta-feira, 4 de abril de 2024

Poema: Deserto


Segui teus passos na areia vasta,  

Perdido nos desertos da vida,  

Em busca de uma luz, uma saída,  

Caminhei sem rumo, sem pista contrasta.


Tentei te acompanhar na jornada,  

Persistindo nos trilhos incertos,  

Mas, nas dunas dos dias desertos,  

Encontrei apenas a alma cansada.


Na solidão árida, minha verdade,  

Reconheci minha fragilidade,  

E que a felicidade é miragem distante.


Despedacei-me no chão arenoso,  

Nos rastros deixados pelo vento,  

Perdido no eco do teu passo lento,  

Na imensidão do deserto silencioso. 


sábado, 30 de março de 2024

Poema: Iluminei teu mundo

 



Me diminuir como a luz do sol
Reflitida em um pequeno pedaço de espelho
Retroprojetada minha imensidão
Na tua pequenez
Desfocado
Iluminei seu pequeno mundo
E por causa de tua insensatez
Quase me apaguei
Me fiz pequeno
Como a imensidão da luz do sol
Refletida por uma fresta
Mas um dia você viu a minha intensidade
Olhou através da brecha
E isso ti assustou
Não era a magnitude do meu amor
Que era assustador
Mas sua pequenez
Então você mudou sua estratégia
Foi pra outro canto
E se fez rei
Uma pessoa extraordinária
No mundo pequeno
De uma pessoa miserável.


Samuel 30 de Março de 2024

domingo, 24 de março de 2024

Poema: Morreu o sonho da paz

 

Morreu-se o sonho da paz
Junto com ele levou-se a última fagulha de esperança
Nessa terra já não tem mais vida
e até a luz se foi
Cessaram os cantos dos passarinhos
Até a minha voz perdeu o seu brilho
já não há mais canto
Nem encanto
Apenas o amargor na minha alma
que remoi cada lembrança
e cada final de tarde a desesperança
Anuncia o findar
Da melodia
Que morreu o sonho da paz
A última fagulha de esperança
Nessa vida não há mais canto
Não há mais encanto
Apenas esse olhar desesperançado
Que descansa na terra derrotado

Samuel 24 de Março de 2024

Poema: Eu amei

 

Eu amei um dia
E por ele entreguei minha dignidade
Deixei de lado minha indecisão
E me joguei no abismo
sem esperar nenhum braço  pra mim amparar
Sem asas pulei no despenhadeiro
Deixei para trás a minha essência
E me desconstruir em mil pedaços
Me dimuir para caber na sua pequena caixa
E terminei vendo o estrago desse amor
Ele virou as costas e seguiu em frente
E aí que constatei que não vale apena amar
Fazer de tudo por alguém que por ti não faz nada
Eu amei, e amor virou as costa
E um dia desapareceu
Eu ainda tento resgatar
Parte de mim
Que por ele deixei

Samuel S. Lima 23 de Março de 2024

 


E ainda que
Nessa cama
Há quilômetros
De distância
Meus sentimentos pareça loucura
Posso sentir você aqui ao meu lado
Debaixo dessas estrelas brilhantes
Em pensamentos pertubantes
Como essa distância
Pode parar esse sentimento
Que há mil quilômetros de distância
Machuca meu coração
Sangra em paixão

Mas mesmo que você esteja do outro lado do mundo
E seus sentimentos pareça confuso
Aqui há quilômetros de distância
Em uma cama vazia
Minha mente ardente de paixão
Se contorce dentro de mim


(Samuel)

 


Já acabou minha palavras
Já cessou minhas orações
Até meu lamento
Silenciou-se transformando apenas em gemido
E minhas lágrimas evaporaro
Pela falta de gravidade
Diante do meu chão desmoronado

Em murmúrio meus lábios treme
E angústia minha alma se consome
Em ti não encontro esperança
Nenhuma resposta as minhas orações.

Samuel 14 de março de 2024. 

 Está doendo

Como hematoma
Que insiste em inflamar
Pinicando debaixo da pele
E que vez ou outra
Rompe em sangramento
Mas doeria mais ficar
Então parti pra aliviar a dor
Parti, porque ficar doeria muito mais
Parti em buscar de mim mesmo
Do eu que se perdeu no processo
Da buscar pela minha cura
Parti porque onde eu estava já não tinha lugar mais para mim

(Samuel)

 Não posso aceitar 

Que vou morrer aqui

Vendo todos os amores que sonhei

Sendo jogado na minha cara 

Que suas vidas seguiram 

Enquanto eu morro aqui 

No mesmo lugar de sempre


Não quero mais sonhar

Para não ter que enfrentar 

Mais uma desilusão

Em minha frente se desmoronar

(Samuel)


Poema: Afundando no oceano de desilusão

 

Fonte: Pinterest

Afundando nesse mar 
De invisibilidade 
Tampando o grito de dor
Deixe-me aqui 
Descendo para fundo 
Desse oceano gelado 
Em silêncio

Eu vejo pessoa passando 
Fatasmagoricas 
Susurrando entre si 
Ignorando minha realidade
Eu em becos escuros 
Abandonado pela própria sorte 
Espero que você me procure 
Enquanto meu coração dói 
Aqui na escuridão
Se você estivesse aqui 
Eu não estaria em invisibilidade social

Mas em mais um inverno chuvoso
Escondo minhas lágrimas na chuva 
Enquanto meu rosto escorre 
E desmancha a máscara 
Que acabei de retocar
Não há mais esperança pra mim
Não há mais esperança de tu vim

Afundando em oceano de silêncio
Deixe-me aqui
Sufocado com sangramento
Que pulsa de meu coração
Ainda tenho voz 
Pra um último gemido 
Meu ser destemido
Se perdeu na escuridão
Fico aqui vendo a última luz apagar 
A espera do socorro que viria me ajudar
Mas que passou sem ver 
Esse sujeito invisível
Do olhar social,
Deixe-me aqui
Afundar nesse oceano de tristeza
Debaixo desse céu de ilusão

Samuel 02 de Março 2024. 

 Existe uma pessoa aqui 

Que em seu peito grita 

Abafado grito de socorro

Amordaçado na alma

Sufocado nas falas

Ignorado pela platéia

Perfomado em felicidades


Samuel S. Lima 24/02/24


terça-feira, 12 de março de 2024

Poema: Fuligem

 

Conto/Criador: blackhandsg

Toda a luz se dissipou
Diante dos meus olhos
Quando em fuligem de cinza
Meus sonhos caia em fagulhas
Em meio aos flocos de neve branca
Que rompe o gélido céu
Diante de mim não há mais nada
Desse céu não há mais esperança
O som seco do silêncio
Ecoando através do vento gelado
Esvazia minha lágrimas
E carrega para longe o alento
Depois da escuridão, não há mais nada
Nem você, nem o sonho
E já faz horas que o sol se foi
O inverno chegou
Armou sua tenda
E fez morada
Restando somente diante de mim
Um céu escuro
Eu de mãos atadas
Vendo meus sonhos
Como fuligem caindo do céu
E eu aqui imobilizado

Samuel 12 de Março de 2024

sábado, 2 de março de 2024

Poema: É preciso continuar caminhando.

 



Eu caminhei
Mesmo quando os pés doíam
E meu objetivo se esvaia pelas minhas frágeis mãos
Ainda que as dúvidas
Solavancava o meu otimismo
Em minha mente caótica
Destruída pela fé
Não justificada
Pela sonegação da benção
Infundada
Minha carcaças
Tão esvaziada pela solidão do tempo
Pela agonia da expectativa
E por uma vida não desfrutada
Eu arrastei até a linha de chegada
Eu caminhei
Na pós vitória
Mesmo sem os aplausos
No final
O troféu foi a solidão
Um canto escondido na gaveta
Uma história sem floreio do herói
Uma jornada sem histórico
No fim, apenas a barca esperava
Do outro lado do rio
Elísio não me espera
Apenas a escuridão
Eu caminhei mesmo com pedaços de mim
Ficando pela estrada
Perseguir a jornada do herói
Estilo estoico
A paz no mantra
E na minha ânsia
No findar de minha história
Minha alma segue sua própria caminhada
Os caminhantes não dorme
Não descansa
Hoje caminha em direção a seus objetivos
Amanhã vagueia em busca de seu próprio sentido existencial
Eu caminhei
Na vida
Na eternidade
Sigo caminhando
Ontem na luta
Hoje no luto
No amanhã
Me arrastarei em direção ao desconhecido
Deixe em paz o coração
De um eterno caminhante
Que errante
Se arrasta em rumo a imensidão.

Samuel S. Lima
02 de Março de 2024


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Frase

 Meu coração que estava em paz
Começou a palpitar
Quando em seu olhar lançou uma semente de esperança
Você me arrancou do fundo da solidão
E das profundezas da escuridão 


Samuel S. Lima 23/02/24




domingo, 25 de fevereiro de 2024

Poema: Do outro lado da estrada

 

Imagem da internet

Do outro lado da estrada está meu orgulho
Meu amor e minha desilusão
Encantado pela magia
Reverberada pelo meu olhar
Que se elança num baralhado
De platonismo com ilusão
Que encanta
Como música tocada na lira
Romantizada na flauta
Do flautista apaixonado
Do outro lado da estrada
Está meu desejo do futuro
Floreado de sedução

Mas do outro lado da estra também está
A marca da crueldade do tempo
Com rugas pincelada
Dos anos de espera
E manchada pela desilusão
Concretada no tempo
Moldurada de decepção
Mas do outro lado da estrada
Está o choque de realidade
Do olhar desperdiçado
Da em vão esperança
Que revela que do outro lado da estrada
Eu continuo com os mesmo olhos
De esperança
Sentado no banco da expectativa
Sendo plateia pro desenvolver
Das histórias, dos amores que não posso ter
Do meu lado da estrada
Só consigo ver
Tantas histórias que poderia ter vivido
O amor não correspondido
As vidas que seguiram
Enquanto do outro lado da estrada
Não resta mais nada
Apenas a marca do tempo
Pois não há mais o que se ver
Pegadas do tempo
Do tempo em que,
Do outro lado da estrada, estava você
Mas como poeira arremessada pelo vento
Como folha sem direção
Tua imagem passou
Seguiu seu curso
Enquanto aqui eu estou
Do outro lado da estrada
Sempre a olhar
A vida que mim restou
A face do tempo
O findar da história
Da estrada, da esperança
Do olhar choroso
Da minha estrada
Que em lados opostos
Nunca cruzou
E sem deixada de lado
Eternamente sem poder cruzar
Desapareço do tempo
Sem ninguém notar
Do outro lado da estrada
A empoeirar
Eternamente, apenas do outro lado da estrada
Pois não há mais nada a esperar
Do outro lado da estrada.

Samuel 25 de Fevereiro de 2024.



domingo, 11 de fevereiro de 2024

Poema: Desesperança

 


Já não há mais canto
Na minha boca 
Apenas lamúrias
Desfaçada de sorriso
Em teu seio não há mais afago
Apenas espinhosas lembranças
Que destonteia o destino
E nas minhas palavras mentirosas 
Somente desculpas esfarrapadas 
Ludibriando minha descrença
Em ti não há mais esperança
E por mais que eu sigo andando
Nessa vida não tenho mais sonhos
Diante de meus olhos não há mais destino
E nem na vida há mais sentido
No meu lábios não há mais canto
E na minha oração sem palavras
Silenciosa e desgostosa
Verbalizo palavras vazias 
Que já não acredito mais
Não tenho canto 
Nem encanto 
Apenas o vazio 
O nada
De uma vida já dada como terminada. 

Samuel 11 de Fevereiro de 2024.  

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Poema: A complexidade da liberdade


 Nunca entendi a complexidade 
Da solidão
Nem muito triste 
Nem muito alegre 
Pois pássaro que nasce em gaiola
Sempre tem medo da imensidão
A comodidade é acolhedora
E o desconhecido é assustador 
Como enteder a liberdade
Se as tramas que me amarram
Entrelaçaram no meu ser
Através da doutrinação na minha criação
Hoje nem livre 
Nem escravo
Não é por não está em cáceres
Que sou livre 
A complexidade da liberdade
Se contrapõe ao limite do que é prisão

Samuel S. Lima 09/01/24

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Poema: Longe de você

 

Fonte: imagem de internet 


Longe de você, eu estive sozinho todo esse tempo
Procurando migalhas de ti
Em cada beco
Vendo um vislumbre de você
Em cada olhar
Tão enlouquete
Que não percebi
Que era uma miragem
Miragem de meu delírio
Refletida em ti
Fui arremessado para trás
Quando percebi que longe de você
Eu sempre estive
No fim restou só a mim
Pois longe de ti
Eu estive
Sozinho todo esse tempo

Samuel 03 de fevereiro de 2024.

Poema: Eu tenho estado sozinho todo esse tempo

 




Eu tenho estado tão só 

Todo esse tempo 

Esperando tua voz 

Mas tua presença

Perdoa toda tua ausência

E ameniza 


Toda lágrima derramada

Em palavras ditas 

Mas não ouvida 

Pelo zumbido do inaudível

Resumiu minha expressão

E pelo vento 

Sacudindo sozinho a solidão

Me afogo no meu mundo de insignificância

Perdi toda minha infância

Enjaulado no mundo solitário

Da imaginação

Eu tenho estado sozinho todo esse tempo 

Esperando a tua presença

Que se ausenta em cada estação 

sábado, 20 de janeiro de 2024

Poema: Vou ti esperar


Não importa
O tempo 

O espaço

Vou ti esperar 

E mesmo diante desse oceano 

Que nos distancia

Ou esse sentimento 

Que pulsa

Querendo desistir

Posso ti sentir 

Em cada frescor do vento

Em cada instacia 

Em cada contentamento

Não importa 

A imensidão do céu 

Que reflete um olhar desesperançado

Ainda estarei aqui 

Esperando no cais 

Mesmo com o corpo cansado

E em cada onda 

Vejo tua chegada 

E em cada lua 

Desaparece tua presença almejada

Se continuar assim

Perderei meu sorriso 

Na brisa do teu vento

E desaparecerei 

Aguardando a tua presença 



Samuel S. Lima 16/01/24


 


sábado, 13 de janeiro de 2024

Poema: Morrendo

 


Eu estou morrendo
Olhando pra esse céu 
Esperando a bonança 
Enquanto secretamente 
Escondo minhas lágrimas 
Em meio a chuva 
Mas em cada verão 
Tua vinda é incerta
E eu adormeço
Em meio ao meu pranto 
E em cada batida na porta 
Uma palpitação no coração
Enquanto construo muros 
Para esconder o rosto da criança esperançosa
Mas o inverno chegou novamente
E eu adormeço vendo a neve 
Escutando a música
E a cada buzina
Nasce e morre uma esperança
Ti ouço nas rodas de conversas
E cada melodia da canção
Mas o amanhã chegou
Juntamente com seus lobos devoradores
Suas palavras destruidoras 
Que estrangula a infantilidade
E sem piedade destrói o coração
E em cada estação eu morro 
E em cada canção 
Me deságuo 
E já vai fazer oito anos 
Que tu não dá a mínima
E perpetuando assim
Vou morrer aqui 
Como uma andorinha sem verão
Como um ano 
Sem estação
Diante do fatasmagorico 
Reflexo meu no espelho
E da maquiagem borrada 
Enquanto adormeço
Ao som dos últimos acordes 
Que anucia o fim da melodia 
Dessa canção chamada vida. 

Samuel S. Lima 13/12/2024



segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Poema: Fim da estação

 


Em rascunho e versos
Melodramatizado
Costurado pela frenesi do querer
Eu amei demais
Amei o outro
Amei a fantasia
Dos floreios
Saturado de paixão
E polinizado pelo desejo
E despedaçado pela desilusão

E em dias que se foro
Em cada vez que o olhar
Era desesperançado
Minha inválida esperança
Se destroçava
Como pedaço de poesia
Rasgada e jogada pelo vento
Espalhada como sementes
Que nunca brotou

E em debilitados dias
Meu olhar de espera
Se cansou
Minha esperança
Em palavras não lida
Terminou
E a chegada do fim da temporada
Me deparei
Com a triste constatação
Eu amei sozinho
Em toda minha estação.

Samuel S. Lima 09/01/2024

 





sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Poema: Na ferrovia


 No meio de uma estrada velha ferroviária

Como um trem em alta velocidade
Em uma colisão avassaladora
Meu coração recebia 
O teu adeus de despedida
E minhas lágrimas
Traduzia em sentimentos 
Aquelas letras garrafais 
Que não dizia muito 
Mas transbordava meus sentimentos 
E com um olhar no além 
Com a certeza de tua ausência
Eu via a tua costa 
Que ausentava a tua presença
Em um som irritante da buzina
Em silêncio amordaçador
Eu sofria
Em palavras não ditas
Em vida não vivida 
O teu adeus em mim ecoou. 


Samuel S. Lima 06 de Janeiro de 2024

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Frase: O tempo me apaga

 O tempo me apaga 

Em poeiras esvoaçantes

Em memórias perdidas 

Pelos anos 

Que se demora 


Samuel S. Lima 

27/12/23


Poema: Partida

 Segurando a lágrima

Enquanto o vidro do carro não fecha
Deixo pra trás os holofotes
Para voltar ao meu anonimato
Quebra se a máscara
E revela a cicatriz
Luzes se desfoca
E o tempo passa
Em disparada
Me apago no tempo
Como um sopro
E a vida escorre como uma lágrima
E em um fração de segundo
Um alívio
Seguro os pedaços de mim
Enquanto me despeço do tempo
Ansiedade me afoga em inquietação
Aperta o peito, estrangula à alma
E sufoca o coração
Me seguro na vida que se esvai
Como uma lágrima
Que rola
Me seguro na vida
Enquanto o tempo o meu corpo desfaz

Samuel S. Lima 25/12/2023

Poema: O que posso fazer?

 O que posso fazer 

Se o céu está caindo sobre mim?

Depois de uma batalha

Em que o próprio destino 

Soprava contra me

Caído, esgotado 

Quando o que pesa

É o fardo do fracasso 

Enquanto olho pro céu 

Esperando uma benção

Dá-me a força para morrer

Enquanto esse temporal

Não serve de nada

A não ser, me entrenter

Um tribunal montado 

Apenas para mim fazer réu

O que posso fazer? Se a sentença

Antes do julgamento já foi proferida

Enquanto pelo corredor 

Sigo esquecido 

O que posso fazer? Se até o céu está contra 

Tombado estou 

Enquanto olho para minhas mão vazias

A espera do milagre que não vem

Quando pelas mão do destino 

Só entrega o que lhe convém


Samuel S. Lima 

24/12/23


Poema: Marcas

 Eu deixo marcas de lágrimas 

Por onde quer que eu ande

Em cada caminho 

Que arrasto meu corpo 

Pegadas molhadas 

Marca a caminhada 

E a dor precende minha jornada 


Samuel S. Lima 

30/12/23




Poema: Perdido

 Minha vida se perdeu 

Entre a primeira e a última página 

Em páginas cheia de escrita 

Que não dizem nada 

Em uma ambiguidade

Que nem eu mesmo compreendi

Em um retrato infiel de uma realidade 

Desfocada 

E sem autoria 

Samuel S. Lima 30 de Dezembro de 2023


Poema: Arrastado

 Fui arrastado Pela vastidão deste amor Fraco e desarmado Cego à trama que se urdia Como um inseto ingênuo na teia da aranha Me atirei de ca...