Eu estou morrendo
Olhando pra esse céu
Esperando a bonança
Enquanto secretamente
Escondo minhas lágrimas
Em meio a chuva
Mas em cada verão
Tua vinda é incerta
E eu adormeço
Em meio ao meu pranto
E em cada batida na porta
Uma palpitação no coração
Enquanto construo muros
Para esconder o rosto da criança esperançosa
Mas o inverno chegou novamente
E eu adormeço vendo a neve
Escutando a música
E a cada buzina
Nasce e morre uma esperança
Ti ouço nas rodas de conversas
E cada melodia da canção
Mas o amanhã chegou
Juntamente com seus lobos devoradores
Suas palavras destruidoras
Que estrangula a infantilidade
E sem piedade destrói o coração
E em cada estação eu morro
E em cada canção
Me deságuo
E já vai fazer oito anos
Que tu não dá a mínima
E perpetuando assim
Vou morrer aqui
Como uma andorinha sem verão
Como um ano
Sem estação
Diante do fatasmagorico
Reflexo meu no espelho
E da maquiagem borrada
Enquanto adormeço
Ao som dos últimos acordes
Que anucia o fim da melodia
Dessa canção chamada vida.
Samuel S. Lima 13/12/2024
Nenhum comentário:
Postar um comentário