Em meu olhar no horizonte
Desprovido de esperança
Ignorando as nuances
Sua figura ao meu redor se projetou
Escondido do olhar social, olhar esse que ignora a realidade
De um etnia renegada, outrora em um passado étnico foste guerreiro
Hoje pelas ruas com teu olhar sonhador velejas
E por tua filhas tu choras
Antes era dos povos originários
hoje, apenas renegados, seja pelos teus próprios atos
seja pelo vicio do álcool
Mas o que antes, em Penas, decorava tua cabeça
Hoje, em pena, sucumbi seu olhar
Em vibrações ecoou teu grito nos lábios
Agora, em tremor segura o chorar
Tua filha já não tem abrigo, teu legado se perdeu
E em lembranças não lembrada
Tua historia não será contada
Pois ninguém, tua presença, nem se quer percebeu
Diante de meu olhar desatento
Sua imagem se materializou
Antes guerreiro
Hoje culpado
Antes amado
Hoje renegado
Pela tua tribo, pela sociedade
Pela Historia? Pois quem contará?
De Aldeias de cantos
A sociedade sem historia
Em tribos de identidade
A selva de pedra sem fraternidade
Tua voz não será ouvida
Tua historia não será contada
Enquanto a mim
Sujeito do mesmo destino
Sou um indigno
Da sociedade que me aprisionou
Nem identidade, nem fraternidade
Muito menos amado
Renegado sim? Não, pois se não é amado
como pode ser renegado?
Em uma tribo, de não tribos, de não identidade
Apenas convivente
Coniventes com as mazelas da sociedade
Não posso na tua língua ecoar um canto
Mas para meu espanto, essa palavras verbalizou
Pela tua filha também choro
Etnicamente, também rejeitado
Renegado do olhar social
Entrelaçados nas nuances ignorada
Sem esperança
Com olhar no horizonte, por ti não posso fazer nada
Somos vitimas do destino
Tu pelos teus vícios
Eu pelos meus desatinos
De uma tribo que se desumanizou
Em palavras me esvaiu
E em anonimato nos sucumbimos
Em uma historia que ninguém contou.
Samuel S. Lima 05/09/2023
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