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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

O ESTRANHO CASO DE ASSASSINATO DE ITAÚNA O DESPERTAR CAP. 21

                   Capítulo 21

                   A senhora da Lapide


     Eles chegaram as Lápides. Elas estavam do mesmo jeito que antes, o que mudara era sua aparência mais envelhecida do que antes sobe a luz fraca que emergia por detrás dos muros, de um porte na extremidade. O cemitério tinha iluminação fraca e com raros pontos de luz.

     Isabele estendeu sua mão no ar como se sentisse algo invisível, não demorou muito para o lugar fervilhar de mortos, um sujeito ranzinzo reclamou “Parem com essa zoada, será que não se pode descansar em paz”.

     Isabele afastou todos como alguém que reprime seus próprios pensamentos. Afinal de contas ela não estava ali para prestar solidariedade com os fantasmas, ela focou no que realmente lhe interessava que era as Lápides.

      Ela suspirou forte e Bobby percebeu o descontentamento dela.

_______ O que foi? Não conseguiu nada de novo não é?

_______ Infelizmente não.

_______ Não desista Isabele você é a única que pode fazer isso.

_______ Eu tive algum progresso, pelo menos dessa vez consegui afastar todos os fantasma.

_______ E não saiu correndo ______ Completou Bobby. Ela deu um sorriso meio sem graça.

_______ Tem uma coisa que posso fazer.

_______ O que seria?

_______ Tem o corpo de uma bruxa enterrada aqui por perto, preciso falar com ela.

_______ Como você sabe?

_______ Depois do dia que sai daqui desesperada. Voltei aqui uns dias depois. Eu precisava lidar com meus poderes e quando passava por uma cova sentir uma energia diferente das outras. Além disso, o nome me chamou atenção. Ledema de Assis. Eu pesquisei sobre essa mulher.

_______ E o que descobriu?

_______ Nada demais. Só que ela era conhecida por sua arte secreta, fazia alguns remédios e recebia alguns espírito, mas... com o passar do tempo por algum motivo ela desapareceu... não se sabe o porquê. Suspeita-se que alguns religiosos fanáticos a perseguiram, e ela sumiu com medo de ser morta. O fato é que encontrei um túmulo com o nome dela. E me perguntei; se ela sumiu e ninguém sabia pra onde como encontraram o corpo dela pra enterrarem aqui?

______ A muita coisa que não sabemos sobre essa cidade. E eu que pensei que ela fosse uma cidade sem graça.

     Ela caminhou ate a lápide, que ficava a umas 12 fileiras de lápide de distâncias da que eles estavam. Chegando na lápide ela colocou as mãos e começou a se concentrar. Depois disso sua conversa começou a ser mais interiorizada. Bobby observava Isabele conversar, como alguém que conversa sozinho, ele não conseguia enxerga o que Isabele via. Ela apenas olhava para alguém que devia estar posicionada ali, mas que Bobby não conseguia ver.





     Isabele sentia seu coração bater a mil por segundo, os pelos do braços se arrepiaram mais ainda, quando uma mulher fantasmagórica se emergia do túmulo.

______ Quem é que me incomodar, nessa hora.

______ Oi sou Isabele _____ Ela tentou passar segurança e firmeza_____ Sou uma iniciante mediúnica e queria consulta-la.

_______ Isabele? Isabele  de que? ______ Disse o fantasma da senhora Assis.

_______ Albuquerque... ____ Ela seguiu falando seu nome de famila.

_______ Quer dizer que você pertence a família dos Alburqueques. E o que uma Albuquerque quer de uma pessoa... ou melhor... de uma fantasma.

______ Por acaso você conhece minha família? 

       A mulher fantasma olhou com seus olhos negros, ela era uma mulher de uns quarenta anos, trajava um vestido marrom longo, com um pano verde musgo amarrado diagonalmente da cintura para ombro esquerdo, o qual a ponta se estendia até o chão. Parecia mais uma mulher trajando um vestido grego, só que colorido.

______ Não o quanto deveria, mas o suficiente para saber que uma descendentes dos Albuquerque não me acharia digna de sua presença. Muito menos no estado que me encontro.

______ Muitas coisas mudaram depois de você ter... depois que você partiu _____ Disse Isabele tentando não lembra aquela Senhora que ela estava morta.

______ Então o que você quer saber?

______ Estou tentando entrar em contato com alguns mortos que estão naquelas Lápides _____ Falou apontando em direção às Lápides, que não era visível de onde ela estava, devido a grande quantidade de Lápides que havia, a qual algumas era enormes _____ mas eles não se apresenta.

______ Alguns espíritos devido ter muito tempo que deixaram esse... seu mundo. Ficam difícil de entra em contato, eles se mostram difícil de se contactar.

______ Mas você também deixou esse mundo no mesmo ano, só alguns meses de diferença e mesmo assim consigo entrar em contato com você.

______ Verdade! _____ Falou Senhora Assis olhando para trás e vendo sua data de falecimento ______ Ouvi falar sobre eles.

______ Sabe me dizer o que aconteceu? 

______ Não sei quase nada, eu estava em isolamento na floresta, tentando escapar dos meus perseguidores. Não fiquei a par de tudo. Só sei que eles morreram todos no mesmo dia.

______ De quê? ______ Perguntou Isabele espantada com o caso.

______ Não sei!

______ Como não sabe! Era um tempo em que as pessoas não tinha muito com o que se ocupar, não havia tecnologia e numa cidade tão pequena como a nossa, quando acontece algo assim, provavelmente era o assunto da cidade.

_______ Verdade! Mas como eu disse, eu estava escondida. Além do mais, era dias assustadores, nosso vilarejo era calmo, até que começou ocorrer uns casos de Assassinato.

_______ Espera! Houve outros antes?

_______ Sim! E logo as pessoas começaram achar que era um caso de bruxaria, isso foi o suficiente para começarem a suspeitar de pessoas como eu, ou que apresentasse algum grau de estranheza. 

_______ E o que aconteceu? _______ Quis saber Isabele.

_______ Não sei! Quem quer que fez, era capaz de ir e vim sem ser visto. Caçadores montaram guarda na cidade rodando turno dia e noite. Mas...

_______ Mas? _____ Perguntou Isabele ansiosa.

_______ Mas ninguém foi capaz de ver quando o assassino fez mais uma vítima. A cidade virou uma loucura, eu fui procurada e sabendo do que outros como eu estava sofrendo, sair as pressas fugindo com vários caçadores atrás de mim.

______ Por que você não usou suas habilidades mediúnica para descobri o verdadeiro assassino?

______ Eu tentei... E fui morta.

______ Como?

______ Como não é importante, e sim o por quê. Com certeza alguém sabia que eu seria capaz de estragar seus planos,  e da ameaça que eu representava, por isso me mataram. Diante disso sugiro que seja lá o que você esteja fazendo, tenha cuidado. 

_____ Eu não tenho nada a temer.

______ Estranho seu posicionamento. 

______ Por que você não entrou em contato com os mortos anteriores aqueles _____ Isabele apontou novamente em direção às Lápides.

______ E por que você não fez o mesmo?

______ Bom... nos dias atuais os corpos vão para o IML além de passar por uma série de análise por peritos... quando se trata de assassinato como esses... demorou tempo demais para serem enterrado e como eu disse sou uma aprendiz, tenho dificuldade de lhe dar com meus poderes e de entrar em contato com os mortos, eles se mostra resistente e os que não quero, se mostram desesperado por atenção.

______ Entendo! Sei uma coisa que pode te ajudar.

______ O que?

______ O grimorio dos mortos ____ Um vento soprou friamente elevando os cabelos de Isabele para trás.

_____ O livro dos mortos?

_____ Sim! Tão temido por muitos e tão almejado por poucos.

_____ Por que?

_____ Digamos que ele mostra as ferramentas certa... digamos assim... para contactar os espíritos dos falecidos. Busque ele Isabele e você será uma das maiores Médium.

_____ E por que você não conseguiu?

_____ Eu morri.

        Bobby cutucava Isabele, fazia hora que ela gesticulava palavras ao vento sozinha, as horas tinha passado rápida demais, o leve vento frio da madrugada soprava suavemente sobre as folhas, enquanto elas corria desesperadamente pelo chão, tentando acompanha-lo, mas pouca tempo desaceleravam em uma corrida fracassada. Alguns morcegos passavam voando sobre o cemitério, tornando o aspecto mais assombroso, Bobby se sentiu só ali, por mais que Isabele estivesse presente, ela estava concentrada demais, se algo acontece Diuna não estava ali para lhe defender, Bobby não tinha agilidade nenhuma na arte de auto-defesa e suspeitava que muito menos Isabele tinha.

     Isabele sentiu seu colega cutuca seu ombro, por um instante ela pensou em interromper aquela sessão, mas ela sabia o quanto foi demorado estabelecer a conexão e ainda havia tanto pra perguntar.

______ Como faço para encontrar esse livro? E como faço pra entra em contato com os espíritos dos mortos das Lápides na lápide?

______ São tantas perguntas. E o dia já está quase raiando, esse ambiente não estará tão propício para sessão mediúnica, nem pra uma veterana na artes da mediunidade, imagina pra uma iniciante. Você terá que vim aqui depois, se quiser algum tempo com o espírito que você quer contactar.

      Isabele suspirou frustrada, enquanto se dava conta de que tinha ficado ali tempo demais. Ela perguntou:

______ O que posso fazer agora.

______ Você poderia fazer um pentagrama e colocar velas acesa em cada extremidade de suas pontas. Mas duvido que você tenha trazido alguma...

_____ Eu não trouxe nada... eu... achei que como tenho o dom não precisasse desse acessórios.

_____ E não precisa... tecnicamente. Mas eles podem te ajudar a manter a concentração e abrir caminhos, além de amplificar seus poderes.

_____ Vou trazer da próxima. O que posso fazer de imediato?

______ Eu ia dizer pra você pronunciar Imploro, renuo, et attende mandatum meum quando estivesse no centro do pentagrama, se tivesse as velas e o sal. Claro! Se você tivesse trazido, mas como você disse. Você tem o dom, tenta pronunciar isso mesmo assim sem os apetrechos.

______ Ok eu voltarei depois e você continua_____ Falou Isabele se levantando e sacudindo as terras que grudaram na sua calça bege____ Tem mais alguma coisa importante para me dizer? _______ Perguntou ela.

______ Sim! Primeiro cuidado com o que você está fazendo com seu dom. E segundo você está do lado errado da história.


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