Escrevo em deprimente desesperança
Os meus anseios, minha inquietude diante da vidaAs minhas desilusões, de um constante esperar
Que na fé se fraqueja
E no acreditar se desfalece
Escrevo em desistência constante
Do meu sonhar
Diante da predatória peleja
Desleal e injusta
Desse mundo dominado pela classe dominante
Em que na concorrência da vida
Pelo mínimo existencial
Fatores tão irrelevante
É mais importante do que caráter
Do que profissionalismo
Do que força de vontade
Esbarro constantemente
No ódio das massas
No cinismo
Desfarçado de bondade
Que maqueia sorriso maldoso
E esconde coração odioso
Em anonimato morro
Todos os dias
Parte da minha alegria
Da minha esperança
Da minha constância
Envelhecendo pelo limiar da história
Desfazendo-me em batalhas solitária
Do qual, sei, nunca vou vencer
Tento me esconder
Mas pela superficialidade
Sou constantemente julgado
E pelo pedante conhecimento do julgador
Deslegitimam as minhas qualidades
Pois, não tenho a branquetude que importa
A sexualidade que comporta
O julgo do opressor
Muito menos tenho, financeiramente
A situação econômica
Quer é o motor
Impulsionador
Do suposto meretismo pragmático
Enquanto isso, em desassossego,
No calor do ambiente de meu quarto,
Reviro-me na cama
Em pensamento acelerado
Que importuna, indaga
O que será do meu futuro?
Em avançada idade
Morre o meu sonhar
Sem espectativa de emprego
Espero passar meu desespero
Para minha mente acalmar
Vem se os dias,
Vão se as noites
E no raiar do nascer
Espero no meu ansiar
Que um dia eu tenho asas para voar
E ainda forças
Para alcançar
Minha liberdade
E um dia poder voar
Samuel S. Lima 04 de outubro de 2023
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