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quarta-feira, 16 de junho de 2021

O ESTRANHO CASO DE ASSASSINATO DE ITAÚNA O DESPERTAR CAP. 17

 Capítulo 17.

Historias cruzadas




     O encontro daquela frase enigmática em um túmulo, tinha criado um ponto de interrogação na cabeça daquela equipe de garotos, mais principalmente na cabeça de Bobby. Sua mania de investigar as coisas estava lhe torturando e a falta de resposta lhe agonizava. Ele andava de um lado para outro, pensando em como resolver aquilo, então resolveu procurar Diuna para conversar, o relacionamento deles não estava muito bem, depois do desentendimento que tiveram, no entanto, era pro bem de todos revelar o culpado, então todos poderia seguir em frente. 

      Uma hora depois, eles saiam da casa de Diuna, ela estava vestindo uma calça jeans azul escuro, uma camiseta cinza e uma jaqueta jeans com lavagem. Antes de sair Diuna fez questão de ocupar o interior de sua pequena bolsa com um jogo de facas e cinco pedaços de metais pontiagudos, parecido com uma agulha de costura, só que com quase um palmo de comprimento. Bobby acenou com as sobrancelhas, como quem pergunta: pra quê aquilo tudo. E ela responde: que do jeito que as coisas andava, era melhor se precaver.

      Eles caminharam algumas quadras até encontrar a velha biblioteca da à cidade, Bobby esperava buscar algumas resposta, ou pelo menos a localização do local aonde enterraram os fundadores da Pedra.

      Eles abriram as portas daquela casa e deparam com um ambiente escuro iluminado, apenas por frestas de luzes do sol que invadia o local, transpassando os vidros das janelas superiores, pois as janelas inferiores estavam fechadas. Bobby questionou Diuna o porquê da biblioteca está completamente vazia e ela respondeu que diferente do que ele imaginava, a maioria das pessoas daquela cidade, não dava a mínima pra leitura. Ele ironizou que isso se dava a enorme quantidade de exemplares que biblioteca dispunha. E Diuna sorriu ao passar por estantes vazias e empoeirada.

____ Ei! Com exceção que você esteja procurando sobre história infantil, acho que não encontraremos nada aqui ____ disse Diuna.

____ Verdade ____ Bobby deu uma baforada de ar para fora dos pulmões, com um ar de derrota, enquanto se dirigia a bibliotecária, uma mulher na casa dos quarenta e que exibia uma cara entediada, por trás de seus óculos de leitura. Ela bocejava sonolentamente.

_____ Senhora ____ Disse Bobby ____ Eu estou procurando registro sobre o início dessa cidade, mapas, lendas... qualquer coisa.

   A mulher se pegou rindo como que acabara de ouvir uma piada, e Bobby percebeu que ela não estava acreditando que garotos daquela idade pudesse se interessar pela história daquela cidade. Diuna com seu ar explosivo disse:

____ Você pode explicar o motivo de  seu riso?

____ Desculpe ____ A mulher disse se recompondo ____ Eu ... achei que fosse uma brincadeira... bem, nossa biblioteca não conta com verba suficiente para mantê-la atualizada, creio que não posso lhe ajudar ___ concluiu ela arrogantemente.

____ Agora entendo porque ninguém vem aqui ___ falou Diuna dando as costa para aquela mulher, enquanto ia em direção a saída.

____ Espera! ___ disse a mulher ____ Eu sugiro que se vocês querem realmente informação sobre a cidade, deve procurar na casa do prefeito ou algum morador antigo.

____ Por que a casa do prefeito? ____ perguntou Bobby, enquanto avistava uma prateleira empoeirado no fim do corredor.

____ É que... bem... poucas pessoas sabem, mas na casa do nosso querido prefeito ____ falou ela orgulhosamente, com um respeito exagerado, pelo o que a figura do prefeito representava para ela ____ tem uma coleção de livros particulares em uma biblioteca restrita a um grupo de pessoas. 

_____ E o por que dessa bobagem? ____ Perguntou Diuna, enquanto revirava os olhos, pouco se importando com o que o prefeito representava .

____ Essa pergunta você tem que perguntar pra ele querida ___ Disse a mulher recuperando seu ar de arrogância.

____ Muito obrigado ___ Disse Bobby. E Diuna responde antes que a mulher pudesse dizer algo.

____ Por nada.



   Eles caminharam algumas quadras, Bobby parou em baixo de uma árvore, apreciando sua sombra e fugindo do calor de quarenta graus, que fazia naquela tarde. Diuna lhe encara com um olhar especulativo.

____ Que foi? Já cansou? Não pense que você me tirou de minha casa, pra ter que aturar aquela idiota e não obter nada. Nós temos que ir na casa do prefeito e tenta descobrir algo.

___ Eu sei, no entanto eu estava imaginado ___ Disse Bobby pensativo ___ que dificilmente conseguiremos passar do portão. Nós não temos autorização.

___ O que? Ele é o grande prefeitura da cidade ___ falou ela fazendo gesto com os dedos de abri aspa, fecha aspa ___ vai priva seus eleitores de uma visita a sua humildade residência... de quase um milhão de imposto.

     Bobby sorriu da ironia dela, enquanto percebia que o clima ruim entre eles se esvaia.

____ Bom, eu não tenho nem um poder significativo para essa cidade, e com exceção que você ou sua família seja amigo do prefeito... creio que ele não vai nos receber.

____ Que merda!

____ Acho que nós teremos que apelar pro senhor ou a senhora simpatia___ Falou ele ironicamente e concluiu como se tentasse vomitar as palavras ___ Nadio e Isabele.

____ Que ótimo ___ Suspirou ela.



   A última tentativa que o grupo fizeram para obter alguma descoberta na investigação, tinha sido um fracasso, exatamente como a investigação de Nercy, que já tinha interrogado várias pessoas e que não tinha passado de especulação sem nenhuma veracidade. Enquanto Nercy enfrentavam a pressão de seu chefe para encerrar o caso, Bobby relutava em tocar a campainha da casa de Nadio. 

    Ele tocou três vezes, enquanto batia sua mão na perna num movimento frenético, a ponto de Diuna pedir pra ele parar. Ele encarou ela sorridente, depois voltou seus olhos para o pequeno jardim que ficava encostado no muro da casa de Nadio. Ele era tão singelo, mas exibia uma beleza extraordinária, Bobby se pôs a pensar, como ele ficaria lindo sobre a luz que se acendia a noite realçando os verdes de suas folhas e das suas coloridas flores. 

  O interfone tirou Bobby do seu delírio e alguém perguntava quem era. Bobby se identificou, enquanto Diuna deu alguns passos para trás como sinal de que não iria falar que estava ali. Ele falou que gostaria de falar com Nadio, e a voz no interfone, perguntou com arrogância: da parte de quem? Bobby sem saber o que respondeu disse apenas que era da parte dele mesmo e perguntou “ Porque não posso?”. A voz do outro lado pediu que ele aguardasse, ninguém pediu que ele entrasse e ele imaginou que era assim que os ricos tratavam seus visitantes. Os minutos se passaram e ele começou a ficar impaciente. Diuna aguardava Bobby de longe debaixo de uma árvore. 

   Já havia passado cinco minutos, a voz no interfone disse que ele estava no banho, que se ele quisesse poderia deixar o recado ou volta depois. Bobby disse que ia esperar e a voz disse tudo bem, só que ele iria demorar. Bobby esperou inutilmente que ela mandasse ele entra, mais ninguém lhe convidou, ele aguardou esperançoso como uma criança espera um bombom e nada. Pouco tempo depois ele se juntou a Diuna debaixo da sombra, o suor escorria na sua testa.

____ Nossa deveríamos ter batido no portão do prefeito, provavelmente seriam mais fácil ____ disse Diuna ironicamente e eles sorriram da situação.

____ Bem ___ falou Bobby com os olhos inclinados para ela e um sorriso de canto de boca ____ Senhorita diuna é melhor você torcer que ele apareça ou então iremos bater na porta você sabe de quem.

___ Credo ter que aguentar dois insuportáveis no mesmo dia ___ ela fez cara de nojo __ não se preocupe senhor Bobby eu arrebento esse portão e nós entramos se for caso... mas nada de Isabele.

    O sorriso de ambos foram interrompido, quando o portão de entrada foi aberto, Bobby saiu as pressas imaginado se ele não estivesse lá a empregada fecharia o portão pensando que eles estivesse ido embora . Ele chegou tão depressa na porta, quando viu quem era congelou.

     Lá estava Nadio parado com a mão no portão, seus cabelos loiros cheirando a Xampu, ele estava nu de cintura pra cima, enrolado em uma toalha branca, o vento soprou em seus cabelos e Bobby se perguntou como eles podia se mover como na cena de um filme, em câmera lenta, naquele calor miserável e ar abafado. 

    Ele olhou para Bobby e falou como alguém que acabou de acordar.

____ Ah coruja! Então é você ____ ele falou com a voz compassada, meia roca e os olhos sonolento de alguém que a dias não dormia ___ o que é que você quer?

____ Ah... é... ___ Bobby titubeou nas palavras como se não soubesse mas o que exatamente viera fazer ali.

    Nadio passou a mão nos seus cabelos úmidos revelando sua axilas depilada de metrossexual e seus braços fortes. 

____ E aí coruja... perdeu a língua.

____ Ah eu queria sua ajuda...

____ Não sei no que você se meteu coruja, mas não vou lhe empresta dinheiro. 

____ Não... não é esse tipo de ajuda que me refiro ___ Disse  Bobby todo sem jeito.

____ E o que seria? 

____ É que eu estou precisando fazer uma visita a casa do prefeito... é sobre... aquele negócio ___ disse sussurrando como se estivesse com medo de alguém ouvir.

____ E o que te faz pensar que vai encontrar respostas lá?

    Bobby começou explica minuciosamente o motivo, Nadio fez algumas piadinhas do tipo: você está querendo pedir favor ao prefeito. Bobby se manteve concentrado em não perder o foco do que realmente importava. 

   Nadio subiu o andar enquanto falava com alguém no celular, enquanto isso Bobby olhava a casa luxuosa de Nadio, a sala era toda pintada em tom de branco ou tons pasteis, havia um sofá branco enorme, uma mesa de centro feita de vidro com alguns livros em cima. A empregada passou olhando de cima a baixo para Bobby e aguardou parada próxima a escada, como se vigiasse Bobby para não roubar nada.

____ Pronto coruja está feito ___ Disse Nadio descendo a escada ____ Boa Sorte.

___ Espera você não vai comigo? Eu pensei...

____ Na moral coruja não vou  pagar esse mico com você... é que não existe nada lá.

____ Como você sabe? Por acaso você é do tipo que anda em bibliotecas?

____ Não preciso ler livro pra saber que não a nada lá. Além do mais, não é da minha conta.

____ O que ? ____ falou Bobby mais alto do que esperava ___ Não é da sua conta? Não esqueça que você tá envolvido até o pescoço nessa investigação e...

___ Na verdade eu já resolvi isso... não tenho nada a temer...na verdade só aqui entre nós ___ ele deu uma piscadela para Bobby jogando charme ___ eu mesmo me voluntariei pra depor.

____ Ah ____ Bobby estava pasmo __ É só que você esqueceu que ainda não se livrou da repreensão popular. Lembra do que aconteceu na nossa aula sexta.

     Bobby lembrou Nadio do episódio em que eles foram vaiados e quase apedrejado pelos alunos da escola. Foi na sexta, eles estavam numa aula de educação física. Bobby não gostava de jogar bola, sua coordenação motora não lhe ajudava muito, correr com uma bola no meio dos pés, era algo praticamente impossível para Bobby.

    Naquela sexta-feira  era obrigatório participar do jogo, e depois de todos escolherem os alunos para seu time, lá estava Bobby sozinho... Nadio que era o capitão do time B sugeriu que o time A jogasse com um jogador a mais, mas mesmo assim, eles não aceitaram Bobby. Então Nadio teve que aceitar Bobby no seu time. 

    Poucas horas depois uma discussão, depois que Nadio fez vários gols... o time adversário começou a chama-lo de assassinos e os cara do seu time, estava só esperando um motivo para se jogarem contra ele. Nadio teve que sair correndo mais Bobby do ginásio.

   Eles atravessaram o jardim da escola, correndo debaixo de chuva de pedra. Bobby se direcionou em direção a diretoria, mais viu um bando de meninos entrarem na sua frente fazendo barreira. Ele ouviu Nadio gritar, perguntando se ele estava querendo morrer. Eles saíram pra fora do colégio e Nadio entrou no seu carro e saiu cantando pneu. Passou por Bobby e quando chegou uma distância, voltou de macha-ré quando viu os meninos se aproximarem de Bobby, enquanto ele corria o máximo que podia. 

    Nadio parou ao lado de Bobby.

____ Entra.

____ Não mesmo

____ Tá querendo morrer?

____ Exatamente porque estou querendo viver não vou entrar.

___ Qual é? Entra logo ou eles vão te pegar.

   Bobby entrou no carro quando viu uma multidão enraivecida atrás deles, parecia mais uma junção de um bando de trabalhadores rurais, com paus e arrasteis ou com os fanáticos da inquisição. Nadio acelerou o carro e entrou na pista principal. Bobby estava ofegante, imaginando no risco que acabaram de correr, aquela cidade definitivamente não eram mais segurar pra eles. Eles precisavam urgentemente solucionar o caso, já que a investigação de Nercy ainda não tinha chegado a conclusão nenhuma, mesmo com os esforços inesgotável dela. Bobby foi tomado por um susto:

____ Espera! Você está me levando pra onde? Essa não é a direção de minha casa.

____ Acha mesmo que é segurou você ir pra sua casa? Já parou para pensar que eles podem ir lá naquele seu cubículo.

____ Como sabe que minha casa é um cubículo? E pra onde estamos indo?

____ Eu simplesmente sei. Não vou falar sobre isso ___ Disse Nadio entediado ___ Nós vamos numa lanchonete aqui perto.

____ Só avisando eu não tenho dinheiro.

____ Bom eu lamento não vou pagar nada pra marmanjos.


    Eles chegaram na lanchonete, e se depararam com um senhor de idade arrastando a perna, enquanto se despedia de um atendente que disse que estava cedo e chamou o senhor, de Senhor Hector. Ele passou por Nadio e Bobby teve a impressão que ele dera uma piscadela para Nadio. Bobby ficou se perguntando, de onde Nadio conhecia aquele nobre senhor. Ele se questionou, qual seria o nível de intimidade deles para um comprimento como aquele... Mais sabendo o quanto Nadio era preconceituoso, achou difícil, afinal o homem era velho e possuía claramente uma deficiência na perna. O que só por esse dois motivos, já era o suficiente para não se encaixavam nos padrões de amigos de Nadio e nem ele aceitaria.

    Eles sentaram a mesa Nadio escolheu um X-tudo e um copo de suco natural. A moça saiu pra buscar. Bobby olhava, o local parecia mais um quiosque, a lanchonete era feita de madeira roliça e coberta de palha de coco babaçu. Tinha um lago com algumas cadeiras, se assemelhava um quiosque de beira de praia, Bobby percebeu que era uma tentativa de aproxima de um ambiente praiano, já que a cidade não ficava no litoral.

____ Por que me trouxe aqui? Esse não parece um local que você frequenta.

____ E parece o que você frequenta? ___ Bobby acenou com a cabeça que não ___ Digamos que aqui não é um lugar em que meus amigos... os poucos amigos meus que sobraram frequenta... não quero que ninguém, veja agente junto. Não me leva mal, mais o que eu menos preciso é as pessoas verem nós junto.

____ Tudo bem ____ falou Bobby com um ar de tristeza.

___ Não vai pedir nada? ___ Bobby acenou dizendo que não ___ Vai demora para saímos daqui e fica longe de sua casa... principalmente pra quem vai voltar a pé.

___ Sério você vai me larga aqui... 

___ Não vou sair aí desfilando com você no meu carro.

____ Podia ter deixado eu lá sabia?

____ E eles podia te apedrejar 

____ Não finja que se importa! ___ Disse Bobby amenizando o tom de sua voz, pois ele já estava quase gritando com Nadio, quando a garçonete chegou, pondo a bandeja com o suco e o x-tudo, além de uma porção de batatas fritas a qual Bobby não viu ele pedindo, mais ela trouxe, ele deduziu que estava incluso no pedido.

___ Você esqueceu de pedir... Como de costume, mas como ja memorizei seu gosto, tomei a liberdade ___ Disse a garçonete apontado pras batatas. Nadio balançou a cabeça em agradecimento. E ela se retirou.

____ Come ____ falou ele empurrando o X-tudo para Bobby ___ Você está sem comer desde de manhã.

____ Já disse não tenho dinheiro e não vou pedir emprestado.

___ Não se preocupe eu pago ___ Ele observou se era uma brincadeira... e percebeu que Nadio era muito complicado. Uma hora falava uma coisa, e outra já mudava... talvez ele se divirta com meu sofrimento pensou Bobby.

   Nunca foi a intenção de Nadio comprar o X-tudo pra ele e sim para Bobby. Ele só queria infernizar a paciência de Bobby, lhe tira da linha. Bobby começou a comer seu X-tudo, enquanto Nadio comia sua porção de batata.

_____ Deixa eu lhe perguntar uma coisa ____ disse Bobby, sondando o terreno para ver se o lado cruel de Nadio, já não tinha reaparecido ____ Sempre foi sua intenção me dar isso ou foi porque a garçonete lhe trouxe uma porção de batata?

_____ Eu poderia ter lhe dado a porção de batata ou simplesmente ter dito a ela que não pedir. Já pensou nessa possibilidade inteligentão?

   Bobby engoliu em seco.

____ Bom... então se ela sabia o que você queria... ___ Bobby continuou escolhendo as palavras, pra não despertar o lado mal humorado de Nadio e ele volta a ser o cara irritante de sempre ____ Significa que você vem aqui sempre... o que eu me pergunto fazer o que?

___ o que as pessoas vem fazer em uma lanchonete coruja?

____ Eu quero dizer... se encontra com quem já que você disse que seus amigos não vem aqui.

____ Digamos que eu tenho negócio a resolver com uma pessoa e nós nos encontramos aqui.

    Nadio e Bobby ficaram um bom tempo lá, esperando a "poeira baixa". Até que Nadio, deu sinal que já ia, Bobby se levantou da cadeira e saiu andando em direção a saída. 

____ Aonde você vai ?

____ Pra casa.

____ Espera eu vou te deixar... não achou que eu ia te deixa aqui, essa lonjura de casa não é? Acha que eu seria esse tipo de cara.

____ Você esse tipo de cara Nadio ___ respondeu Bobby categoricamente e Nadio começou a sorrir.


     O carro foi estacionado em frente ao local que Bobby chamava de casa. 

____ Valeu Nadio ___ Disse Bobby se despedindo ___Essa é minha casa... se você não se importasse das pessoas vissem nós junto, poderia te convidar pra entrar.

____ Eu ehem  estranho.

____ Sabia que as pessoas educada convida os outros pra a entrarem.

___ Valeu ficar pra próxima.





    Ao lembrar disso, Nadio percebeu o quanto a vida dele tinha sido afetado por aquele acontecimento, ele não contava com isso. Não fazia parte dos planos de Nadio descer na categoria dos privilegiados para os escorraçados. Ele sempre fez parte da galera que todos queriam está junto e ele era sempre o centro das atenções. Mas agora ele estava naquela situação. Ele não imaginava que as coisas ia tomar aquele rumo.

____ Tá eu te levo... só esperar vou vestir uma roupa e saímos.

____ Seja rápido é que... ah meu Deus eu deixei Diuna lá fora.

____ Como você deixou ela lá fora? Por que ela não entrou?

____ Por que? Porque você nem me convidou pra entrar, imagina ela ___ Bobby saiu correndo pra foram, para encontrar a amiga.




     Eles chegaram a uma chácara, um pouco distante da cidade, a casa se escondia atrás de algumas árvores e um muro, com um portão enorme, anunciava território particular para visitantes indesejáveis. Nadio falou com o cara da guarita e ele abriu o portão.

_____ Boa sorte ___ Disse Nadio.

_____ Espera! Você não vai?

____  Eu já fiz o máximo trazendo vocês aqui, então não seja ingrato coruja.


   O carro saiu em disparada e Bobby e Diuna saíram andando, escoltado por dois empregados do prefeito, que os levava protegendo dos enormes cachorros que fazia a segurança do local. O rapaz informou que os cachorros não mexia com os conhecidos, porém se um estranho aparecesse, eles estraçalharia. Bobby estava sentindo náuseas só de ver os cachorros mostrengos, que babava olhando pra eles.

    Eles foram recebidos por uma mulher que os levou a uma sala.

___ O prefeito infelizmente não poderá receber você... contudo devido o pedido ter vindo de quem veio... ele me encarregou de atender vocês, já que, o que vocês querem, não necessariamente necessita da presença dele ____ Disse a mulher que parecia mais uma vendedoras de caixão, toda de preto, com um colar e brincos prata.

____ Na verdade só os livros que fale do início da cidade tá ótimo pra nós.

    Ela os encaminhou para uma outra sala.

_____ Aqui estão os livros disponível ao públicos. Vou deixa-los a sós, para que vocês se sinta mais a vontade. Devo informa que é proibido levarem qualquer livro que seja, rasgar ou...

___ Sim entendemos ____ Ela bateu a porta.

    A sala era meio escura, a casa era revestida de madeira com seu aspecto colonial. Bobby saiu acompanhando as prateleiras que curvava contornando as paredes da sala. Ele olhou vários títulos. Até que encontrou um mapa emoldurado na parede.

____ Olha parece um mapa antigo da cidade. 

____ Verdade! Mais... espera olha direito, não é, esse lago está no sul, sendo que ele fica no norte.

___ tem alguma coisa errada.

___ Talvez o mapa esteja errado ___ Disse Diuna.

___ Ou talvez algo mudou... talvez esse lago não exista mais... é comum com o tempo lagos sumirem... secarem.

   As horas se passaram e depois deles lerem e analisarem vários livros que não tinha nada haver com o que buscavam, a porta se abriu.

____ E aí estão gostando dos exemplares dos senhor prefeito?

____ Sim ___ Disse Bobby___ Só não estamos encontrado o que procuramos.

____ Desculpe mais os livros que o prefeito permitiu ver só são esse...

_____ O que ele nos permitiu ver ... Ou seja tem mais além desse ? ___ Perguntou Diuna.

____ Desculpe não tenho autorização para falar. Se precisarem de mais alguma coisa é só me chamar ____ Ela bate a porta.

____ Escuta ____ Disse Diuna, sussurrando como se suspeitasse que alguém estava ouvindo ____ tem mais livros do qual ela não quer que nós veja.

____ Eu estou suspeitando que exista um sala secreta do outro lado ____ Eles cochichavam.

____ Como sabe disso?

____ Fala baixo ____ disse Bobby ___ escuta ___ falou ele batendo no piso de madeira, como se bate numa porta. Ele pôs o ouvido no chão e Diuna fez o mesmo ____ tá ouvindo ____ continuou ele sussurrando ____ parece oco, e o eco que dar, dá em direção ali ___ disse Diuna.

____ Mais parece que aqui tem um porão. 

_____ E Como casas aqui não tem porão ___ acrescentou Diuna.

____ Parede falsa ____ Deduziu Bobby.

____ Isso.

____ Mas Bobby... se tem uma parede falsa, significa que a chave é um livro ou um vaso. Olhe o tanto de livro que tem pra nós mexer, não vai dar tempo.

____ Tenho uma ideia. Proteja meu corpo.

____ O que?

____ Proteja meu corpo ___ Antes que Diuna entendesse, o corpo de Bobby cai desmaiado no chão, seu espírito no plano astral já estava atravessando a parede.

    Do outro lado havia uma sala menor com alguns livros empilhados e obras de artes valiosa. No meio um tapete bem bordado, semelhante aos tapetes persas. Ele olhou e o que chamou atenção foi um titulado “ Os Fundadores”. O espírito de Bobby foi puxado pra trás como se alguém o sungasse.

   Ele acorda atordoado com Diuna lhe dando uns tapa na cara.

____ Bobby...Bobby pela amor de Deus ___ Ela estava desesperada.

____ Qual é? Você quebrou minha conexão. 

____ O que? Você está bem.

____ Sim você não sabe que meu dom é projeção astral. Eu estava certo, tem uma biblioteca do outro lado...

____ Desculpe eu não sabia que era assim.

____ O que você achou? ... que meu espírito saia do corpo e meu corpo saia por aí feito zumbi... Espera ____ disse ele interrompendo a risada de Diuna do que ele acabará de falar.

_____ Que foi? ____ disse ela se recompondo.

_____ Esta ouvindo?

___ O que ? Não tô ouvindo nada.

___ Exatamente... está muito silencioso. É como se não tivesse ninguém na casa.

    Diuna abriu a porta e a casa estava no silêncio absurdo.

____ Estranho é como se não tivesse ninguém aqui mesmo.

_____ Não temos muito tempo. Cuida do meu corpo ____ Ele se deitou no chão como alguém que tampa o nariz ao se jogar de costa e afundar nas águas de um rio.

     Diuna observava Bobby com seu rosto sereno, ali no piso daquela biblioteca, e imaginou o que ele poderia ter encontrado do outro lado. De repente seus instinto começou a fluir, a pele foi tomada por um arrepio e ela teve certeza que havia alguém atrás dela. Mas achou estranho pois não ouviu a porta se abrir. Algo apertou seu pescoço e quando ela se deu conta, já estava sendo estrangulada. 


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