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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Poema: Despedida

 



Eu juntei o resto de mim em um saco, 
Enquanto o espelho refletia meu próprio fiasco. 
Num lar vazio, impregnado pela fragrância 
De um amor que só trouxe dor e ânsia.

No espelho, apenas um espectro do que já fui, 
Nas mãos, os estilhaços de uma história que se dilui. 
No peito, uma voz sussurra, pedindo pra ficar, 
Mas na mente, o desejo insano de simplesmente escapar.

Despedir-me  em silêncio, sem ecoar lamúrias, 
Longe das vozes que opinavam sem saber das penúrias, 
De um amor vazio, onde só eu me permitia amar. 
Foi na solidão que encontrei forças para me afastar.

Com uma lágrima no olhar
E a punhalada no coração, eu parti para nunca mais voltar,
No silêncio de uma despedida que ninguém ouviu, 
Parti, deixando para trás o que jamais se viu.

Não fui embora por não querer ficar, 
Mas porque, ao seu lado, não havia mais um lugar. 
Parti, sem olhar para trás, sem deixar rastro, 
E no vazio da noite, me perdi, sem mais lastro.

Samuel S. Lima
09 de Agosto de 2024

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