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quarta-feira, 17 de julho de 2024

Poema: Demônio desfaçado de anjo

 


Veio com asas de anjo,
Prometendo o céu,
enquanto me arrastava para inferno
Seu toque doce, mas um veneno eterno,
Suas palavras adocicada,
mentiras disfarçada.

Eu, cego pela fantasia,
Entreguei-me a seus braços sem hesitar,
Não via a maldade que estava a si ocultar
Nem o lobo em pele de cordeiro a me cercar

Em seus braços, eu sonhava,
Delírios em sonhos a se entrançar,
Correntes que eu tecia em linda história de amor a se formar,
Não percebia o laço no meu pescoço acochando a me enforcar

E me afogando em seu teor
Ele ria das minhas lágrimas,
Bebia da minha dor,
Cada suspiro de tristeza,
Um triunfo para o impostor.

Quando finalmente partiu,
De me me enganar desistiu
Deixou-me em ruínas,
Um corpo sem alma,
Um coração sem vida.

Enquanto ele em outros braços se lança,
Eu fico no chão em ânsia,
Tentando juntar os pedaços,
De uma vida em estilhaços.

Sua sombra a me perseguir,
Nas minhas noites de insônia sua imagem
A surgir,
E na escuridão do meu desgosto,
O resto de mim a destruir 


Samuel S. Lima
17 de Julho de 2024

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