Te amei no silêncio de um olhar,
Um amor oculto, separado pelo muro de lágrimas,
Onde o brilho dos meus olhos se escondia,
Ofuscado pela sombra da minha própria invisibilidade,
Perdido nas correntes de uma vida sem ascensão.
No reflexo que delineava o meu estado e distanciamento
A tua imagem se desvanecia, intocável,
Enquanto meu rosto, desfigurado pelo tempo,
Desmanchava-se como névoa no cais,
Enquanto tua imagem no horizonte desparecia e ficava para traz
Pelas páginas do tempo, inscrevi tua ausência,
Como um leitor apaixonado por uma personagem fictícia,
Amava-te nas linhas que se dissipavam da minha memória,
Cada lembrança uma palavra que o tempo desbotava,
Deixando-me em um silêncio que só eu ouvia.
Esquecido, fui apagado pelo correr dos dias,
Atrás desse olhar que nunca encontrou o teu,
E mesmo assim, continuo a amar-te em segredo,
Uma paixão eterna, apagada pela indiferença do tempo,
Que continua ti amar em silêncio
Samuel S. Lima
30 de Julho de 2024