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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Poema: Te amei no silêncio de um olhar

 



Te amei no silêncio de um olhar,
Um amor oculto, separado pelo muro de lágrimas,
Onde o brilho dos meus olhos se escondia,
Ofuscado pela sombra da minha própria invisibilidade,
Perdido nas correntes de uma vida sem ascensão.

No reflexo que delineava o meu estado e distanciamento
A tua imagem se desvanecia, intocável,
Enquanto meu rosto, desfigurado pelo tempo,
Desmanchava-se como névoa no cais,
Enquanto tua imagem no horizonte desparecia e ficava para traz

Pelas páginas do tempo, inscrevi tua ausência,
Como um leitor apaixonado por uma personagem fictícia,
Amava-te nas linhas que se dissipavam da minha memória,
Cada lembrança uma palavra que o tempo desbotava,
Deixando-me em um silêncio que só eu ouvia.

Esquecido, fui apagado pelo correr dos dias,
Atrás desse olhar que nunca encontrou o teu,
E mesmo assim, continuo a amar-te em segredo,
Uma paixão eterna, apagada pela indiferença do tempo,
Que continua ti amar em silêncio


Samuel S. Lima
30 de Julho de 2024 

terça-feira, 30 de julho de 2024

Poema: Construindo alicerce

 


Passei minha vida erguendo tábuas 
Para te dar um chão firme onde andar 
Usei cada pedaço para te sustentar 
E, sem perceber, fiquei sem onde pisar.

Construi um mundo seguro, fiz-me ponte 
Para que alcançasses o horizonte almejado 
Em meio ao caminho, perdi meu suporte 
Deixando-me na margem, abandonado.

Subiste em minhas costas, em busca do céu 
E, em troca, virou-me as costas sem hesitar 
Agora caio, sem ninguém para me amparar 
Fui teu alicerce, mas ninguém foi o meu.

Fiz-me um suporte para teu sonho realizar 
E acabei sem perceber o vazio que me tomou 
Não sobrou ninguém para me levantar 
Na ânsia de te ver voar, fui eu quem desabou.


Samuel S. Lima
30 de Julho de 2024

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Poema: Me desgastei por ele


Me desgastei por ele,
Materializando em atos sua própria vontade,
Tingindo o tecido social
Com as cores que aos seus olhos realçavam,
Enquanto as minhas próprias,
Seu tingimento manchava.

Mas por ele, eu entreguei mais do que pude,
Como caneta que esvazia seu tinteiro,
Floreando o papel de nossa história,
Que em um monólogo apenas
Lisonjeava as tuas vitórias.

E assim, aos poucos perdi-me,
Pálido, sem cor,
Apenas sendo consumido pelo rancor.
Enquanto o papel de nossas histórias,
Manchado, seja pelo tempo, ou pelo desgaste de nossa história,
Se desintegrava, assim como eu.

E quando dei por mim,
Já não havia mais cor,
Apenas rancor.
Quando olhei a história,
O papel era sobre você,
E nada sobre mim.

Todos esforços, nas linhas grafadas,
Era tua imagem que era exaltada,
Nada de mim, só vocês a sós,
Nada de nós.


Samuel 26 de Julho de 2024

domingo, 28 de julho de 2024

Poema: Ti amei como estrelas

 

No mais profundo e solitário vale, 
Eu te amei, 
Ti, vendo ao longe, 
Como estrela tão perto de minhas mãos 
E tão longe do meu coração.

Tão inalcançável, 
Como estrela d'alva brilhando no teu céu solitário, 
Enquanto eu, um espectador da tua performance, 
Te via ao longe, 
Enquanto na minha invisibilidade te via perpetuar.

Tão longe do meu alcance, 
Tão idealizado nos meus desejos, 
Me via mendigando o brilho dos teus anseios, 
E me ofusquei, 
Como espectador do teu brilhar.

Como observador das estrelas, 
Te observei, 
E como aos céus não posso alcançar, 
Na minha existência só me restou 
Tentar te amar na distância, 
Teu brilho admirar.

Sem teu brilho alcançar, 
Meu coração aprendeu a desejar, 
E assim como às estrelas eu não posso tocar, 
Te amei no silêncio de um olhar, 
Em sonhos onde não te pude encontrar.

Samuel S. Lima
27 de Julho de 2024


Poema inspirado em comentário de video do TiK Tok.

@Rodrigo🤍:assim como observo as estrelas e não às tenho, eu te observei sem te ter, e da mesma forma que acontece com as estrelas, eu só pude desejar, te querer e te amar sem te ter...


sábado, 27 de julho de 2024

Poema: No fim, tantas linhas sobre você e nenhuma sobre nós...

 

No fim, tantas linhas sobre você e nenhuma sobre nós...


Em cada verso, teu nome ressoava,

E o meu, perdido nas entrelinhas,

Como uma sombra que nunca se revelava,

Desbotado pelas luzes que te iluminavam.


Você, protagonista da narrativa,

Eu, espectador das tuas vitórias,

Construímos juntos uma história fictiva,

Onde só você brilhava em glórias.


As palavras que fluíam da minha caneta, Floreava teus ganhos, teus feitos, 

Enquanto a mim, caíam em desprezo, Esquecidos nas anotações da caderneta.


Entreguei meu ser ao teu enredo,

Pintando com amor cada linha tua,

Mas no final, só havia um segredo:

Eu não era a única protagonista da história sua. 


As páginas, com o tempo, amarelavam,

Mas teu nome ainda permanecia claro,

Enquanto o meu, aos poucos, se apagava,

Como um eco distante, raro.


E quando, por fim, o livro fechou,

Era teu rosto que estampava a capa,

Eu, na contracapa, desbotado ficou,

Uma figura sem história, sem mapa.


No fim, tantas linhas sobre você,

E nenhuma sobre nós,

Eu me apaguei, um fantasma do que fui,

E você, eternamente a sós.


E por fim, tantas linhas sobre você,

E nenhuma sobre nós,

Riscado e substituído, 

Lendo a história sobre vós 


Samuel S. Lima 

26 de Julho de 2024


Poema inspirado em comentário @Suelen 💜:No fim, tantas linhas sobre você e nenhuma sobre nós...

terça-feira, 23 de julho de 2024

Poema: Eu insistir em uma ilusão

 

Eu insistir em uma ilusão
A ele dedique minha vida
Sem a certeza de nenhum ganho
Me vi envolvido na expectativa de um amor
Esqueci o passado doloroso
E me deixei ser joguete dessa paixão

Mas esse amor era covarde
Em migalhas de esperança
Me alimentava
E em grades floreada de intenções
Me aprisionava

Eu o amei
Como se não houvesse outrora
Como se no abismo que me encontrava
A lua, sua luz jamais refletisse
E abobalhado olhando para o reflexo de seu brilho
Que refletia na pequena poça do anseio de minha alma
Não percebi, que era tua sombra que  a  luz ofuscava

Eu amei um dia
A ele entreguei meu coração
E me vi recolhendo as pétalas despedaçada
De minha paixão
Destroçada pela tuas mãos
Enquanto via tuas Costas seguindo em outra direção

Na penumbra de tua ausência
Tentando recuperar minha essência
Vi meu mundo despedaçado
A poça secada
E minhas frágeis mãos vazias
Aos meu pés meu mundo destroçado
Em cinzas sedentado
Enquanto tenho que ajuntar
Partículas pulverizada
Do meu mundo idealizado

Samuel S. Lima
24 de Maio de 2024

Poema: Busca pela alegria

 

Eu busquei constantemente a alegria
Em cada espaço do meu tempo
Escavei na busca incensante
De algo que me contagia

Mas a cada alvorecer
Sua presença se esvaia
Tão difícil de ser alçada
Difícil de ser encontrada

Seu olhar nebriante
Em cada entardecer
Se despede sem dizer adeus
E a tristeza, velha amiga, vem me corroer

Minha dor é intensa demais
E não há nada que seja capaz de sara-lá
E enquanto me sento em reflexão
Deixo-a consumir meu coração
Pois não há alegria que seja capaz
Nessa existência me trazer paz

Samuel S. Lima
22 de Julho de 2024 

Poema: Ferido voltando para casa

 



Eu tampei essa ferida com esparadrapo, 
E sei que não vai suportar por muito tempo. 
Estou arrastando até em casa esses trapos, 
Mas já vejo as gotas marcando meus passos.

Estou empurrando o máximo que posso, 
Mas engulo todos os meus esforços. 
Sei que essa ferida vai abrir a qualquer momento, 
E não importa o quanto corro, 
A esquina desaparece em cada curva do caminho.

As lembranças me incomodam 
Como um espinho cravado na costela. 
Eu segurei até onde pude, 
Agora vejo tudo jorrar. 
Esse choro não vou segurar, 
Em casa não dá pra chegar.

Veja-me aqui jorrando, 
Minhas forças me abandonando. 
Esse caminho não vou mais trilhar, 
Nem a minha casa encontrar. 
Caído na curva do caminho, 
Enquanto agonizo aqui sozinho.

Samuel S. Lima
18 de Julho de 2024. 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Poema: Demônios como você em anjos se disfarçar

 

Estou caído no chão,
Jogado na terra,
Segurando fragmentos das lembranças
Que ainda restam.
Sempre soube que o amor era perigoso,
Mas não imaginava o tamanho do desgosto
Que me deixaria assim.

Você me deixou caído a seus pés,
Enquanto fuzilava toda a nossa história,
Que em minutos virou fumaça,
E eu ainda estou intoxicado pelas aspirações desse conto,
Demônios como você em anjos se disfarçam.

Então olhe para mim,
Veja os estilhaços que ficaram para trás,
Não vire as costas e siga para a luz,
Enquanto a escuridão me seduz.

Não me deixe acreditar que o errado fui eu,
Quando a multidão te adora
E por você se encanta,
Quando nesta odisseia foi a minha história que morreu.

Não me culpe por arruinar tudo,
Toda explosão foi um grito sufocado
Que na escuridão se amordaçava
E socorro procurava.

Então me deixe aqui, procurando meus estilhaços,
Enquanto em outra história você vai,
Ser um demônio disfarçado de anjo em outros braços.

Samuel S. Lima
17 de Julho de 2024.

Frase

 Rir com inimigo como se não soubesse de nada

Disfarçar a alegria enquanto o coração está a explodir

Manter a cabeça erguida e o troféu da luta não vencida levantado

Mesmo que esteja pisando nos cacos perfurantes das derrotas

Erguer o punho em sinal de luta

e ser silenciado jamais. 

Samuel S. Lima 

 

Um olhar errante,

Perdido na vastidão,

Uma alma angustiante,

Buscando significação.


Marcado pelo medo,

Que envolve como manto,

Pela desilusão cego,

Neste triste encanto.


Um grito sufocante,

Ecoa no silêncio da noite,

Cada dia é um instante,

Onde a esperança se esconde e a dor é um açoite.


Mas no peito ainda pulsa,

A chama que não se apaga,

Mesmo quando a vida repulsa,

E o caminho parece vago.


quinta-feira, 18 de julho de 2024

Poema: Reflexo de amor

 

Em cada olhar, busco o amor que me falta,
Em cada sorriso, a esperança renasce,
Mas, por mais que eu queira e tente,
A solidão é minha eterna amante.

Vejo promessas nos olhos alheios,
Reflexos de sonhos que não são meus,
Cada risada é um eco distante,
De um afeto que nunca vem.

No silêncio da noite, me perco,
Procurando nos gestos um sinal,
Mas é sempre a mesma ilusão,
Um jogo cruel e sem final.

A cada dia, a expectativa cresce,
Mas ao final, sou deixado ao acaso,
A fragilidade do meu desejo me trai,
E a solidão me envolve em seus braços.

Sigo adiante, com a alma cansada,
E o coração carregado de tristeza,
Na busca incessante por um amor,
Que nunca chega, só me despedaça.

E assim, termino só, mais uma vez,
A esperança desfeita em prantos,
E o amor, apenas um sonho fugaz,
Que se dissolve em lágrimas e desencantos.


Samuel S. Lima
11 de Julho de 2024. 

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Poema: Demônio desfaçado de anjo

 


Veio com asas de anjo,
Prometendo o céu,
enquanto me arrastava para inferno
Seu toque doce, mas um veneno eterno,
Suas palavras adocicada,
mentiras disfarçada.

Eu, cego pela fantasia,
Entreguei-me a seus braços sem hesitar,
Não via a maldade que estava a si ocultar
Nem o lobo em pele de cordeiro a me cercar

Em seus braços, eu sonhava,
Delírios em sonhos a se entrançar,
Correntes que eu tecia em linda história de amor a se formar,
Não percebia o laço no meu pescoço acochando a me enforcar

E me afogando em seu teor
Ele ria das minhas lágrimas,
Bebia da minha dor,
Cada suspiro de tristeza,
Um triunfo para o impostor.

Quando finalmente partiu,
De me me enganar desistiu
Deixou-me em ruínas,
Um corpo sem alma,
Um coração sem vida.

Enquanto ele em outros braços se lança,
Eu fico no chão em ânsia,
Tentando juntar os pedaços,
De uma vida em estilhaços.

Sua sombra a me perseguir,
Nas minhas noites de insônia sua imagem
A surgir,
E na escuridão do meu desgosto,
O resto de mim a destruir 


Samuel S. Lima
17 de Julho de 2024

terça-feira, 16 de julho de 2024

Poema: Se sucumbindo na escuridão

 

Como folha caindo em chama
Diminuindo-se em meio a imensidão
Repousando em mares sereno
E extinguindo seu fogo e seu existir

Assim é a minha esperança
Que se esvai em latente dissipar
Que como água que se agita
E retornar ao seu repouso
Minha esperança se liquifaz
A medida que meus suspiro se desfaz

Repousa em eterno mares plácido
E se degenera pelas mãos do tempo
E se acende em cada soprar do vento
E se perde em cada reviravolta da vida

E repousa em berço sereno
Afogada pela fúria dos eventos
Que me enlaça em redemoinho
E sufoca-me em agonia
Mas não me deixa morrer por ironia

Na vastidão dos meus sonhos findos,
A esperança é chama que se apaga,
E renasce, apenas para se perder,
No ciclo eterno do existir e do sofrer.

Samuel S. Lima
14 de Julho de 2024

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Poema: Nem um sopro de esperança

 


Nem um sopro de esperança me resta,
Por mais que eu lute, sou soterrado,
Pelas fortes mãos do destino cruel,
Que diante de qualquer miragem,
Destrói tudo, tudo o que sonho.

Quando vejo a frágil fagulha de esperança,
Sou afogado por uma inundação,
E o que me resta é assistir, impotente,
Essa migalha sendo levada pra longe,
Nos olhos, em cada reflexo, a dor persiste.

Mas no final do dia, é apenas um espectro,
De tudo que sonhei, a fragilidade do meu sonhar,
É pouca demais, é insana demais,
E no final, termino sozinho,
Sentindo o esvair da alegria fugaz.

Aquele pequeno momento inebriante,
Era apenas uma miragem, uma desilusão,
Translúcida demais, frágil demais,
E me dou conta, não era um sonho,
Apenas um pesadelo, os olhares distantes.

A desilusão tão perto que me sufoca,
Maltrata e me derrota,
E eu, solitário na noite,
Apenas sinto o peso do destino,
Que destrói tudo, tudo o que sonho.

Samuel S. Lima
11 de Julho de 2024. 

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Poema: Lembranças


Que pulsa como um hematoma,
Que quer sangrar e me afeta, sufocando,
Queimando como uma febre, 
E em meio ao leito, não encontro paz.

Ela se faz presente, mesmo quando me abandono, 
Ela me sonda, martelando minha mente, 
E na inquietude, almejo o golpe de misericórdia. 
Mas a saudade é cruel, me faz lembrar, 
Para, na harmonia dos meus pensamentos, causar discórdia.

Ela não dá o golpe de misericórdia, 
Porque é mais prazeroso sua atitude sortida. 
Tortura-me todos os dias, saturando 
Na minha mente todas as vias, e não me deixando em paz.

Sou prisioneiro de suas teimosia, 
Aprisionado na sua masmorra sombria. 
Cada minuto, cada hora, cada dia
É como uma lança, a perfurar minhas noites vazias.

O silêncio grita, a dor persiste, 
No peito, um vazio impreenchível. 
A saudade, um sentimento intangível
Um espaço sem chão, a alma insiste.

E na escuridão da noite, vem a cobrança, 
Uma sombra que se arrasta e me consome. 
A cada passo, um eco de lembrança, 
Um sussurro que me chama pelo nome.

Assim, em noites neste tormento sem fim, 
Esperando ela dá o golpe de misericórdia
E a este tormento por um fim
Mas, ela prefere manter-me vivo
E atormentar-me por dias a fim.

Samuel S. Lima
11 de Julho de 2024

terça-feira, 9 de julho de 2024

Poema: Despedida

 


Eu via a lua morrendo, 
Enquanto o céu se fechava em negritude, 
Você me dando as costas, 
E eu ali parado feito um tonto, 
Segurando as lágrimas para mais tarde.

Sentia minha alma desmoronando por dentro, 
No peito, uma esperança ecoando como um alento, 
Diante de mim, tua fria presença, 
Desaparecendo na escuridão da noite.

Naquela fria noite, 
Você virou as costas, 
E eu fiquei ali, 
Escutando o soprar do vento, 
Com lágrimas escorrendo silenciosas.

No peito, uma dor ruborizava, 
Enquanto enfraquecido, 
Minha vã fé esmorecia, 
E, a partir daquele momento, sozinho eu seguiria.

Como uma tola criança ao pé do telefone, 
Esperando a ligação que não viria, 
Na minha mente, tua imagem sumia, 
E, de minha vida, 
Cada dia eu desistiria.


Samuel S. Lima
08 de Julho de 2024


quinta-feira, 4 de julho de 2024

Poema: Palavras inúteis

 

Como posso falar palavras 
Que levem consolo ao coração aflito, 
Se mil palavras ditas 
Não trazem consolo nem para mim? 

Não acalmam o meu tormento, 
Nem cicatrizam as feridas que carrego dentro. 
Desolado, sedento de um alívio 
Que nunca chega.

Ir aos braços do aflito 
Para consolá-lo 
É unir dois corações destruídos, 
Duas almas que já não encontram paz. 

Como posso consolar o outro 
Se nesse desgosto, 
Engulo em seco 
Palavras que já não servem mais? 

Como posso manter-me em silêncio 
Se meus lábios tremem, 
E as palavras em ânsias 
Se despejam como vômito, 
Embrulhando o estômago? 

Resta-me apenas 
Sentar aqui, impotente, 
Pois nem mil palavras, 
Nem uma sequer, 
Pode expressar o que sinto, 
Nem consolar meu ser. 

Então, deixe-me sofrer, 
Pois a ninguém posso socorrer. 

Samuel S. Lima

04 de Julho de 2024

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Poema: Procurando os rastros


Eu estou olhando pra trás 
Procurando os rastros 
Que estão cobertos pelos entulhos do fracasso 
Perplexo, sem entender 
Onde errei 
Qual parte da minha alma falhou 
Quando todo meu ser pagou o preço 

Eu estou perguntando 
Onde minha fé falhou 
Enquanto meu quarto transborda lágrimas 
E meu travesseiro encharcado 
Registrou os anos 
Das orações 
Enquanto meu coração 
Via caindo ao chão 
A oração não respondida 

Eu estou vendo o findar 
De uma luta perdida 
Da oração não respondida 
Dos rastros encobertos 
E de um sonho iludido 

No espelho, o reflexo 
De um rosto cansado 
De olhos sem brilho 
De um corpo marcado 
Pelas batalhas travadas 
E pelas esperanças dilaceradas 

Eu estou ouvindo o eco 
Das súplicas não ditas 
Das preces não atendidas 
E das bençãos 
Que nunca foram recebidas 

Na escuridão do meu ser 
Procuro uma saída 
Mas tudo que encontro 
É o vazio que habita 
Nos recantos da alma 
Que um dia sonhou 
Com um futuro melhor 
Que jamais chegou 

Eu estou aceitando 
A dura realidade 
De que a fé  é falha
Que orar não é suficiente 
E que o amor e a esperança 
Podem ser ilusões 
Que nos mantém vivos 
Em meio às desilusões 

E assim, eu sigo 
Com o peso do passado 
Carregando os entulhos 
De um sonho destroçado 
Esperando talvez 
Que um dia a dor 
Seja apenas uma sombra 
De um sonho inrealizável

Samuel S. Lima
03 de Julho de 2024

O Preço da Dedicação

O Preço da Dedicação Eu escalei os montes por você, Na terra, cultivei a mais belas das rosas, E por ti recolhi o mais doce néctar. No d...