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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Poema: Sentado

 Deixe eu abraçar meus próprios tornozelos

Enquanto eu fico aqui sozinho
Vendo meu mundo desmoronar
Deixe eu segurar minha última lágrima
Enquanto adio a desilusão
Que está a chegar
Deixe-me olha no espelho
O requicio do que já fui
Enquanto minha imagem
Se desfaz como miragem
Nas minhas terras desertas
Deixe eu usar minhas últimas forças
Para sufocar o último grito
Deixe eu fazer minha última oração
Sem resposta
Enquanto retira a última pá de terra
De minha cova
Deixe eu descansar em paz
O sono dos mortais
Que minha memória descanse em ti oh mãe terra
E que em teu ceio encontre alguma paz
Enquanto o deslumbre de minha vida se encerra.

Samuel 17/12/2023

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