Uma vez, entreguei meu ser sem reservas,
Minha alma, como um presente, a ele dei.
Qual espelho, refletindo o sol, tão claro,
Deixei nas sombras o que de mim restei.
Mas um dia, seu olhar, tão penetrante,
Vasculhou cada parte com avidez,
E percebeu, além do brilho radiante,
As sombras ocultas em minha tez.
Assustado, talvez, pela verdade crua,
Ele viu além da máscara que usei,
E no silêncio, a luz da lua nua,
Desvendou segredos que ocultei.
Agora, diante do espelho da alma,
Encaro meu reflexo com mais clareza,
Pois mesmo na escuridão que me acalma,
Ele viu a verdade, sem sutileza.
Samuel S Lima
29/03/2024
Referência: Série Roda do Tempo.
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