Invisível
Te admirei em olhares escondidos,
Sensurado no invisível tribunal,
Acusado pelo peso do convívio social,
Sufocando meu querer,
Enquanto minha paixão se tornava desleal.
E, na linha do tempo, me perdi,
Sem perceber que a vida escorria,
Em traços delicados, frágeis,
Que, com o tempo, se anunciavam
Em rugas de vaidades feridas.
Na insignificância da minha existência,
Me sucumbi na ânsia de um olhar que nunca voltou,
Me dedicando sem garantia,
Na vida dele, sendo apenas estorvo,
Pesando na caminhada que seguiu.
Por trás da cortina, eu movia as cordas,
Deixando o centro do espetáculo brilhar,
Fazendo de meu amor a estrela no palco.
Mas, quando a cortina caiu,
A plateia aplaudiu,
E em outros palcos,
Seu carisma se dividiu.
E eu, obsoleto,
Atrás da cortina fiquei,
Encarando o imprevisível.
Mas por mais que eu tenha feito tudo,
Para ele, eu continuei invisível.
Samuel S. Lima
21 de Setembro de 2024
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