Fiquei à beira da estrada,
Vendo ao longe o teu partir,
Com o coração em brasa,
Esperando o dia de te ver surgir.
O tempo passou, e eu fiquei,
Com o mesmo pensar, a mesma dor,
Guardando em mim o que éramos,
Imaginando que voltarias com o mesmo ardor.
Mas tu partiste para o mundo,
Viveste o que nunca sonhei,
Tua alma mudou, teus olhos viram,
E ao voltar, já não eras quem amei.
O choque foi amargo e frio,
Encontrei em ti um estranho ser,
Tuas palavras, antes tão doces,
Agora distantes, difíceis de reconhecer.
E eu, que tanto te esperei,
Vi-me perdido em um passado vão,
Enquanto tu seguiste em frente,
Eu fiquei, preso à ilusão.
Agora, à beira da estrada,
Ainda contemplo o horizonte,
Mas sei que quem partiu já não volta,
E quem ficou, para sempre espera, no mesmo monte.
27 de Agosto de 2024
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