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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Fé quebrada


Há quanto tempo esses olhos olham o horizonte de esperança, enquanto essas mãos juntadas em súplica de oração não respondida, caiem vencidas pelo tempo.

Cada janeiro traz consigo a nova espera, 
Mas dezembro sempre chega, sem nada a mudar.
O ano renasce, e o olhar se repete, 
Mas o passado, como eco, insiste em gritar.

Há quanto tempo esses olhos se erguem, 
Buscando no horizonte um sinal que não vem, 
Enquanto as mãos, já trêmulas, se unem em fé, 
Suplicam o milagre que o tempo retém.

O silêncio é resposta, dia após dia, 
E a esperança, como a chama, vacila e cai,
Que o que se pede, por mais que se clame,
Permanece distante, impossível de alcançar.

E assim, as mãos, antes fortes, se rendem,
Caindo vencidas, sem nada a ofertar, 
Pois o que se busca em oração sofrida, 
É uma promessa que não vai chegar.

Samuel S. Lima
12 de Setembro de 2024

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